Lisboa, 06 abr (Lusa) – O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu hoje durante uma hora uma delegação do G7+, grupo de países considerados frágeis, da qual fez parte o ministro timorense Xanana Gusmão, que descreveu o encontro como frutífero e comovente.
Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, Xanana Gusmão disse que “o encontro foi excelente” e que o chefe de Estado português “demonstrou não só interesse como conhecimento em muitas matérias ligadas ao desenvolvimento de países frágeis”, em situações de conflito ou pós-conflito.
“Foi uma conversa frutífera mesmo, uma conversa muito dinâmica, que em termos de relações pessoais nos agradou imenso, que nos comoveu, pela forma como o senhor Presidente da República nos recebeu e nos ajudou também a pensar, em muitas, muitas áreas”, acrescentou o ex-primeiro-ministro e antigo Presidente de Timor-Leste, atualmente ministro do Planeamento e Investimento Estratégico daquele país.
O G7+ foi fundado em 2010 e é composto por 20 países: Afeganistão, Burundi, Chade, Comores, Costa do Marfim, Guiné, Guiné-Bissau, Haiti, Iémen, Ilhas Salomão, Libéria, Papua Nova Guiné, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, Timor-Leste e Togo.
No encontro de hoje, “o senhor Presidente ofereceu-se para, num futuro próximo, receber toda a delegação, desde que isso não entre em choque com o seu programa, claro”, adiantou Xanana Gusmão.
Estiveram hoje em Belém, além de Xanana Gusmão, o ministro das Finanças da Serra Leoa, Momodu Kragbo, que preside ao G7+, a ministra das Finanças de Timor-Leste, Santina Cardoso, e a embaixadora de Timor-Leste em Lisboa, Maria Paixão da Costa.
Momodu Kragbo disse que este grupo de países veio explicar a sua missão e salientou que o G7+ vai ter uma representação europeia em Lisboa, com o apoio da Câmara Municipal e do Governo português.
Por sua vez, Xanana referiu que G7+ está a coordenar-se com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres “para uma melhor interação” nos projetos de paz e desenvolvimento nestes 20 países.
“Eu acredito que, em nome dos 20 países, agora tendo um escritório aqui da Europa, sediado em Lisboa, vamos fazer muitas coisas”, considerou o antigo Presidente de Timor-Leste.