Lisboa, 26 mar (Lusa) – Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste vão receber quase 1, 7 milhões de dólares por dia de ajuda oficial da União Europeia e do Banco Mundial até 2020, segundo a consultora CESO.
Em entrevista à Lusa, o vice-presidente da CESO – Development Consultants disse que estes seis países vão receber pelo menos 1842 milhões de dólares entre 2015 e 2020 do Banco Mundial, a que se juntam mais 1227 milhões da União Europeia, num total de quase 3070 milhões, ou seja, mais de 1, 6 milhões de dólares por dia até final da década.
“Estes são os valores que o Banco Mundial e a União Europeia têm programado conceder a projetos de desenvolvimento, nalguns casos, e em apoio direto ao Orçamento, noutros casos”, disse Rui Miguel Santos em entrevista à Lusa.
Para o vice-presidente desta consultora especializada em ajuda ao desenvolvimento e na elaboração de programas de políticas de desenvolvimento, “no caso da União Europeia, estas verbas referem-se a donativos a estes países para programas, projetos e apoio orçamental em diferentes áreas”.
Os montantes que já estão adjudicados não estão ainda direcionados para programas específicos, explica o consultor: “Este bolo divide-se em apoio ao orçamento e a projetos, a divisão vai sendo feita, portanto nem tudo há de ir para as empresas que executem os programas, nem tudo há de ir para o orçamento”.
Rui Miguel Santos pormenorizou que em Moçambique e Cabo Verde as verbas vão quase todas para o Orçamento, enquanto em Angola e Guiné-Bissau é tudo para projetos, explicando que “a lógica é dar apoio orçamental apenas aos países que tenham administrações públicas mais sólidas e onde haja credibilidade adicional para se ter a certeza do investimento e maturidade na gestão de fundos internacionais”.
O financiamento de investimentos por parte de instituições financeiras multilaterais é uma das oportunidades a que as empresas podem recorrer para expandirem a sua estratégia de internacionalização, mas para Rui Miguel Santos há ainda muitas dificuldades e constrangimentos, para além de um enorme desconhecimento sobre estas potencialidades.
“Há muito poucas empresas portuguesas neste mercado, e há um grande desconhecimento da indústria e como se concorre a estes financiamentos, e depois, em segundo lugar, as empresas esbarram com dificuldades porque envolve trabalhar em inglês ou francês, e depois há também o problema da competitividade e da exigência dentro do próprio setor”, explica o consultor.
A CESO – Development Consultants é uma consultora especializada em gestão de políticas públicas que trabalha exclusivamente com contratos financiados por agências multilaterais como a Comissão Europeia e o Banco Mundial, ou seja, auxiliam os governos, através da assessoria a ministérios, a formular, definir e gerir as políticas públicas que depois são candidatas a receber financiamento externo.
FINANCIAMENTO MULTILATERAL ATÉ 2020
…………..Banco Mundial……União Europeia
Angola……………435………..210
Cabo verde…………83…………55
Guiné-Bissau……….75………..105
Moçambique……….1004………..734
São Tomé e Príncipe…20…………28
Timor-leste……….225…………95
TOTAL……………1842……….1227
Montantes comprometidos até 2020
Valores em milhões de dólares
FONTE: Consultora CESO – Development Consultants
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