Luanda, 23 mar (Lusa) – O ministro da Educação angolano, Pinda Simão, explicou que, nos “próximos dias”, deverão estar concluídos os relatórios sobre os inquéritos à perceção da utilização do novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa, que vão contribuir para a decisão de ratificação por Angola.
O governante, que tutela este processo, falava terça-feira, em Luanda, no final da reunião de balanço da comissão multisectorial para a ratificação do Acordo Ortográfico, encontro durante o qual garantiu que a análise angolana está a “evoluir bem”, mas sem se comprometer com a adesão de Angola ou prazos para a decisão a tomar pelo executivo.
“Uma boa evolução do trabalho, que deve continuar a ser desenvolvido. Ainda nos próximos dias devemos concluir relatórios sobre o inquérito que foi feito sobre a perceção e a utilização do Acordo Ortográfico no seio da população, dos estudantes e dos professores”, disse Pinda Simão, em declarações aos jornalistas.
O Governo angolano ainda não decidiu sobre a ratificação final do novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa.
Em Portugal, a moratória sobre a aplicação do novo acordo (de 1990) terminou a 13 de maio de 2015, data a partir da qual a sua utilização passou a ser obrigatória.
A coordenadora nacional do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), Ana Paula Henriques, explicou anteriormente que Angola pretende a “correção de bases identificadas como carentes de informação suficiente técnica e científica”, de forma a fazer uma “gestão da língua sem constrangimentos”.
Estas conclusões resultaram de um encontro de esclarecimento realizado há precisamente um ano, em Luanda, pelo IILP, durante o qual foi divulgado que o Governo angolano pretende que todos os países de língua portuguesa tenham a possibilidade de manter um vocabulário ortográfico nacional.
O português é a língua oficial em Angola, mas o país conta com seis principais línguas nacionais, muitas das quais acabaram por incorporar alguns conceitos e palavras, face à longa presença colonial portuguesa.
O Acordo Ortográfico foi ratificado pela maioria dos países lusófonos, à exceção de Angola e Moçambique.
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