O FLiP e os dicionários são a face mais visível, mas o negócio da Priberam hoje vive essencialmente de “tecnologias de língua”, recursos que permitem à empresa explorar oportunidades em áreas como o Big Data ou as redes sociais.
Motores de text mining, pesquisa semântica e de recomendação são conceitos em que a Priberam tem investido nos últimos anos, numa altura em que também já olha para tendências como a análise de sentimentosou para a extracção de informação de relatórios de manutenção técnica ou relatórios médicos.
Ficámos a conhecer os pormenores da estratégia atual da Priberam através do seu diretor executivo, Carlos Amaral, na altura em que se assinala a chegada do FLiP 10 e a comemoração dos 20 anos do seu lançamento.
TeK: Como está dividido o negócio da Priberam neste momento? Qual a vossa maior aposta?
Carlos Amaral: As tecnologias de língua, em especial para o português e para o espanhol, continuam a ser o elo de ligação entre todos os produtos e serviços da Priberam. O FLiP é apenas uma das múltiplas formas de “empacotar” os recursos e tecnologias de língua da Priberam. Os motores de text mining, de pesquisa semântica e de recomendação são outros exemplos em que a Priberam tem investido muito nos últimos anos.
TeK: E como estão a rentabilizar essas áreas de negócio? Como poderão evoluir?
Carlos Amaral: Temos soluções completas que são já usadas em alguns dos maiores grupos de média portugueses e brasileiros. A explosão da informação a que se vem assistindo, a chamada big data, e que em grande parte não estruturada, isto é, em texto, é uma oportunidade para nós pois só é possível extrair valor dela através de tecnologias como as que temos vindo a desenvolver.
TeK: Estão satisfeitos com os resultados obtidos?
Carlos Amaral: Temos concentrado grande parte dos nossos esforços no mercado dos média que passa por uma situação complicada. É curioso como em alguns casos isso nos dificulta a vida e noutros há um claro investimento em soluções como as nossas como forma de ultrapassar essas mesmas dificuldades. Actualmente 8 dos 10 maiores sites de média portugueses usam tecnologia da Priberam.
TeK: Que balanço fazem do negócio internacional?
Carlos Amaral: Em termos internacionais já temos alguns clientes importantes no Brasil mas ainda há um mercado muito grande por explorar.
TeK: Faz sentido a entrada da Priberam em novas áreas de negócio? É uma hipótese? Ou ainda há muito para rentabilizar no negócio atual, nomeadamente no mercado internacional?
Carlos Amaral: Faz e é o que temos procurado identificar no último ano e meio: áreas de negócio em que as tecnologias de língua sejam necessárias seja para a monitorização de redes sociais recorrendo a tecnologias como a análise de sentimentos, para a extracção de informação de relatórios de manutenção técnica ou relatórios médicos ou o comércio electrónico. Isto apesar de, quer no Brasil, quer em Espanha, haver ainda muito por rentabilizar em termos das soluções para os média.
Fonte: SAPO