“Foi a unidade que fez desabrochar a Nação. Será a unidade que nos ajudará a construir o futuro melhor que todos desejamos”, afirmou Taur Matan Ruak, no seu discurso proferido durante a cerimónia do hastear da bandeira.
Segundo o chefe de Estado timorense, o povo conquistou a independência, mas ainda há muito por fazer porque não conquistou o bem-estar.
“A luta continua”, disse à agência Lusa Leão Mendonça, enfermeiro e antigo veterano que participou na cerimónia, sublinhando que a unidade é o principal.
Para Leão Mendonça, ainda é preciso trabalhar mais para o desenvolvimento e arranjar emprego para os mais jovens, que, lamentou, “já não ouvem os mais velhos”.
“Aqui em Aileu há zonas ainda muito isoladas onde não chega a eletricidade e a estrada de alcatrão”, disse o enfermeiro.
Foi em Aileu, situado a cerca de 50 quilómetros a sul de Díli, onde decorreu em agosto de 1975 uma das primeiras insurreições do comité regional da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente, que culminou com a ocupação do quartel português, onde os timorenses foram buscar armas para mais tarde lutar contra a ocupação indonésia.
É também em Aileu que está o monumento de homenagem aos dez soldados portugueses que morreram durante a Segunda Guerra Mundial, quando os japoneses ocuparam Timor-Leste.
Hoje, ao contrário de outros tempos, celebrou-se a independência entre danças, músicas e cantares dos mais velhos e a alegria dos mais jovens para ir assistir ao concerto previsto para a noite.
MSE // APN – Lusa/Fim
Fotos LUSA:
– Foto de arquivo da proclamacao de independenciade Timor-Leste em 1975. Da esquerda para a direita Mari Alcatiri, Nicolau Lobato (morto), Xavier de Amaral, Rogerio Lobato, Guido Soares (morto) e Afonso Redentor (morto), irmao de Abilio Araujo. FOTO STR/LUSA.
– Crianças timorenses ostentam fotos de vítimas do massacre de Santa Cruz durante uma cerimónia de comemoração da data (12 de novembro 2014), em Díli, Timor. EPA/ANTONIO DASIPARU