“Orpheu foi uma rutura na cultura portuguesa”. “Mais do que uma revista, foi um movimento que se tornou memorável e, tal como disse Fernando Pessoa, apesar de extinto, [o movimento] tornou-se inextinguível”.
“Inextinguível, porque se tornou um símbolo, um paradigma e até mesmo um mito e, como tal, há nele uma força permanente, uma energia capaz de estimular criatividade e a reflexão permanente sobre a literatura e a cultura portuguesas ou sobre as exigências da plenitude criativa”, explicou Saraiva.
Na conferência de abertura, Arnaldo Saraiva adiantou à Lusa que irá falar daquilo a que chama “o mito do Orpheu”. “Nós temos o mito grego de Orfeu, e eu irei falar do mito do Orpheu, que é o da revista e do grupo”, disse.
A revista Orpheu teve dois números publicados, o primeiro, em finais de março de 1915, e o outro, em julho desse ano, mas Saraiva defende que se deve também considerar o terceiro número, que ficou pronto, mas não foi publicado na altura, por dificuldades financeiras. Este terceiro volume só foi publicado em 1984, com edição de Arnaldo Saraiva, através da extinta editora Ática.
O congresso na Fundação Gulbenkian desdobra-se por dois auditórios e uma sala e conta com a participação, entre outros, dos professores e investigadores Fernando Cabral Martins, José Carlos Seabra Pereira, Roberto Vecchi, Ettore Finazzi-Agrò, José-Augusto França, Maria Helena Nery Garcez, Annabela Rita, José Eduardo Franco, Lilian Jacoto, Ernestro Rodrigues, Maria de La Salete da Costa Loureiro e Isabel Mateus.
O Congresso Internacional do Centenário do Orpheu é organizado em parceria pelo Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o Laboratório de Estudos de Poéticas e Ética na Modernidade, da Universidade de São Paulo, e pelo Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes, que teve a primeira sessão na passada quinta-feira, na Fundação Eng. António de Almeida, no Porto.
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