Santuário angolano da Muxima vai projetar celebrações de Fátima em direto

Luanda, 07 maio (Lusa) – A visita do papa Francisco ao santuário de Fátima, onde vai presidir ao centenário das “aparições”, será seguida de forma especial em Angola, no maior centro mariano da África subsariana, na Muxima, com a projeção das celebrações em direto.

De acordo com o reitor, para as celebrações no santuário mariano português será instalado na Muxima, a 130 quilómetros de Luanda, um sistema de projeção para os fiéis angolanos assistirem em direto, através da transmissão televisiva, a tudo o que se vai passar em Fátima, entre 12 e 13 de maio.

“A devoção à nossa senhora de Fátima está no coração do povo cristão e particularmente no coração do povo de Angola”, explicou à Lusa o padre Albino Reyes, de 47 anos e proveniente de uma congregação de missionários mexicana, reitor do santuário da Muxima desde 2010.

Aquela vila foi ocupada pelos portugueses em 1589, que dez anos depois construíram uma fortaleza e a igreja de Nossa Senhora da Conceição, também conhecida como “Mamã Muxima”, que na língua nacional quimbundu significa “coração”.

O atual templo tem apenas capacidade para 600 pessoas sentadas, insuficiente, por exemplo, para a anual peregrinação de setembro que leva àquela vila, junto ao rio Kwanza, mais de um milhão de fiéis.

“Não há diocese em Angola que não tenha uma, duas ou três paróquias, ou capelas, dedicadas a nossa senhora de Fátima. E não é assim com o caso da senhora da Muxima”, reconhece Albino Reyes.

“Nossa Senhora de Fátima tem capelas por toda Angola”, enfatiza o pároco, sublinhando a herança católica do período colonial português.

“Vamos celebrar a festa dos 100 anos das aparições [dos três pastorinhos] com uma novena aqui no santuário, prévia ao dia 13 de maio. E com a ajuda da tecnologia que hoje existe procuraremos projetar, acompanhando as celebrações da presença do papa Francisco no santuário de Fátima, aqui no santuário”, acrescentou Albino Reyes.

Para o padre da Muxima, os dois santuários vão estar por estes dias “unidos” nas celebrações, não fosse Fátima também uma “referência”.

“Acho que é importante para o povo angolano acompanhar a organização, a vivência, que não é só nossa. É de toda a Igreja, a devoção a Maria”, diz Albino Reyes.

O papa Francisco visita Fátima de 12 a 13 de maio, no âmbito das comemorações do centenário das “aparições”.

Os anteriores papas a estar em Fátima foram Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991, 2000) e Bento XVI (2010).

“A Fátima é a mamã Maria. Se estamos na casa dela, vimos pedir saúde e alegria”, explica Marta Guve, de 40 anos, devota da Muxima e de Fátima, depois de concluir a habitual oração da manhã, por volta das 07:30.

O mesmo acontece com Teodora de Freitas, 38 anos, que, como o faz regularmente, foi em peregrinação de Luanda até ao santuário da Muxima.

“É parecida, só faltavam os três pastorinhos aqui na Muxima”, conta a peregrina, por estes dias acampada junto ao santuário angolano.

“É um sítio calmo e de paz, você sente-se muito bem”, diz.

Além das peregrinações semanais e da grande promessa anual que leva milhares de fiéis a acompanhar nos arredores do santuário, onde chegam a pé, de carro ou por barco através do rio Kwanza, também mais de 5.000 cartas com pedidos de peregrinos chegam todas as semanas à igreja da “Mamã Muxima”.

Estas representam pedidos de apoio na doença, no trabalho ou para a família, que substituíram os apelos à paz, com o fim da guerra civil em Angola, em 2002.

PVJ // PJA – Lusa/Fim


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