Portugal disponível para potenciar cooperação na educação na CPLP

Díli, 26 fev (Lusa) – Portugal está disponível para explorar “novos caminhos” na cooperação no setor da educação ao nível da CPLP em áreas como formação de professores e no ensino profissional, disse hoje o secretário de Estado da Educação português.

João Costa falava à Lusa na conclusão de uma visita a Timor-Leste, durante a qual participou na IX Reunião de Ministros da Educação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e contactou com os projetos de ensino do português financiados por Portugal no país.

O secretário de Estado destacou que o encontro de Díli demonstrou que, “no quadro da cooperação entre os diferentes países e no plano multilateral de educação, há oportunidades a explorar”.

No caso de Portugal, disse que, e articulando a estratégia entre o Ministério da Educação e dos Negócios Estrangeiros, há possibilidade para cooperação em várias áreas, nomeadamente “formação de professores, formação de lideranças e no processo de acreditação externa e de avaliação externa na produção de provas”.

Vários países manifestaram também interesse “no domínio do ensino profissional”, para o qual Portugal também pode colaborar.

Já sobre o envio de docentes, João Costa disse que há “opções a explorar” e que vários países manifestaram interesse em projetos como o das escolas de referência, financiados conjuntamente por Portugal e Timor-Leste, os Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE).

“Alguns dos participantes ficaram entusiasmados com a natureza do projeto e ficámos de conversar para explorar estas potencialidades. Estes CAFE têm a vantagem de serem escolas timorenses em que o nosso apoio serve para criar referência, standards e terem um efeito contágio sobre outras escolas”, disse.

Questionado sobre os CAFE em particular, nomeadamente os problemas que tem havido com atrasos no pagamento de componentes salariais aos docentes portugueses e queixas sobre a coordenação no terreno, João Costa reconheceu alguns dos problemas.

Explicou que o ministro timorense da educação garantiu que, depois da chegada a Timor-Leste da documentação que faltava de Portugal – “e já chegou o que faltava” -, “decorrerá um mês até ao pagamento de todos os complementos”.

O secretário de Estado adiantou não ter ouvido queixas dos professores – apesar de só ter visitado dos CAFE – e considerou que a “coordenação tem sérias limitações para fazer o que seria crucial, que era visitar os vários centros”, espalhados pelo país.

“É assegurada apenas por duas pessoas, uma delas sem viatura de apoio, o que dificulta um apoio mais presencial, que é fundamental neste tipo de contexto, ir ao terreno, estar ao terreno”, disse.

Sobre a Escola Portuguesa de Díli, garantiu que está a trabalhar com Timor-Leste e Macau para ver o problema dos exames em horários demasiado tardios para estes dois países e disse que, para já, não há planos para alargar a dimensão da escola em Díli.

“Da visita que fizemos, tornou-se evidente que é preciso haver uma política de recrutamento de adultos. Não é aceitável que uma escola como esta tenha uma sala a funcionar numa tenda”, disse.

“Deixámos a indicação expressa ao diretor de que só pode recrutar em função da capacidade da escola. Enquanto a escola não tiver aumentado não devem receber-se novas inscrições”, acrescentou.

Esse possível aumento, afirmou, “não está, para já, em cima da mesa”.

ASP // JLG – Lusa/Fim

 

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