Fórum da Juventude da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)

O Fórum da Juventude – em que participam delegados de sete dos nove países da CPLP (estão ausentes Moçambique e Guiné Equatorial) – decorre até quinta-feira com uma extensa agenda que inclui um seminário,ainda hoje,sobre o papel dos jovens como “novo paradigma para a transformação global”.

Díli,09 nov (Lusa) – O primeiro-ministro timorense,Rui Maria de Araújo,recordou hoje o papel “inspirador” dos jovens que há 40 anos lideraram os movimentos para a libertação dos países lusófonos,afirmando que depois das pátrias falta agora libertar os povos.

Rui Araújo – que falava em Díli no arranque do Fórum da Juventude da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) – referiu-se ao papel transformador dos jovens,recordando a sua importância nos movimentos em Portugal,África e Timor-Leste.

Movimentos de mudança,recordou,que tiveram em comum “partir da iniciativa de jovens nos seus 20 e 30 anos de idade tais com Amílcar Cabral,Agostinho Neto,Samora Machel,os jovens capitães do 25 de abril e Nicolau Lobato” entre outros.

“Jovens que sentiram em determinada altura que poderiam fazer mais e melhor pelo seu país,jovens que arregaçaram as mangas ao trabalho e elevaram a voz para fazerem ouvir as suas ideias que podiam transformar,e transformaram a vida da população,não só naquele presente mas também em todo o futuro”,disse.

Líderes jovens que inspiraram,participando ativamente na vida das suas comunidades,com “reivindicações e contestações” que representaram “um enorme contributo para a libertação” dos países que celebram quatro décadas de independência.

“Estes foram movimentos cujos valores de emancipação mudaram os nossos países com repercussões na ordem político tanto regional como global”,disse.

Agora,libertada a pátria pela geração anterior de jovens é tarefa de gerações subsequentes libertar o povo”,disse Rui Araújo,recordando os esforços necessários,particularmente dos jovens,para cumprir os objetivos de desenvolvimento.

“Contem com o nosso incentivo para criar metas,construir estratégias e caminhos que tenham realmente impacto nas desigualdades sociais,na luta contra a pobreza e contra a injustiça,na proteção do ambiente e na promoção da paz”,disse.

“A juventude lusófona tem um potencial ainda maior como novo paradigma para a transformação global,no âmbito da construção e desenvolvimento sustentável das nossas comunidades,dos nossos países e a nível global”,afirmou,dirigindo-se à “geração Z”,dos jovens que nasceram a partir da década de 1990.

O papel dos jovens,disse,pode destacar-se em iniciativas mais políticas,como o Parlamento da Juventude que existe já em vários países lusófonos (Brasil,Moçambique,Portugal e Timor-Leste) ou em atividades económicas,como o setor agrícola.

“Vemos mais jovens dedicados à cultura de produtos que contribuem não só para a subsistência como para a economia”,disse,referindo-se ainda a projetos como as Brigadas Juvenis,que “pretendem motivar os jovens para o desenvolvimento”.

Proteção do ambiente,empreendedorismo e voluntarismo e cooperativas de jovens são outros exemplos de atividades em que as gerações mais jovens se têm destacado.

CPLP e globalização,educação e desafios da globalização,jovens e empreendedorismo,identidade cultural versus globalização e o papel da mulher são os temas em debate no seminário previsto para esse primeiro dia do encontro,que não ocorria desde 2009.

As delegações de representantes de associações de jovens e estudantes dos nove Estados lusófonos chegaram a Díli no fim de semana realizando uma visita à ilha de Ataúro.

É a primeira vez que Timor-Leste acolhe uma reunião da juventude da CPLP,com a organização a cargo do Conselho Nacional da Juventude de Timor-Leste (CNJTL) que tem previsto várias atividades durante os dias dos encontros.

Na terça-feira decorre a Assembleia Geral do FJ da CPLP e a Assembleia Geral Ordinária onde se debaterá a Declaração de Díli e quarta-feira está reservada para várias visitas à Presidência,Palácio do Governo,Parlamento,Escola Portuguesa Ruy Cinatti e ao Arquivo e Museu da Resistência Timorense.

Na quinta,24.º aniversário do massacre de 1991,está prevista uma marcha entre a Igreja de Motael e o Cemitério de Santa Cruz,a leitura e assinatura da Declaração de Díli e as comemorações culturais do Dia Nacional da Juventude.

ASP // DM. – Lusa/Fim
Uma criança caminha na linha de caminho de ferro de Benguela. Imagem captada dia 11 de maio de 2015 em Benguela e divulgada dia 5 de novembro de 2015. PAULO CUNHA/LUSA
Uma criança caminha na linha de caminho de ferro de Benguela.
Imagem captada dia 11 de maio de 2015 em Benguela e divulgada dia 5 de novembro de 2015. PAULO CUNHA/LUSA
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