Folio quer ser plataforma de divulgação de autores lusófonos noutros continentes

Óbidos, Leiria, 26 set (Lusa) – O Folio-Festival Literário Internacional de Óbidos quer cimentar-se como uma plataforma que promova a edição de autores lusófonos noutros países, através de parcerias com organismos ligados à cultura, divulgou o curador José Eduardo Agualusa.

“Queremos ser uma plataforma que atraia agentes e editores de outros países para fomentar a tradução dos autores de língua lusófona noutras partes do mundo”, afirmou José Eduardo Agualusa, curador do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos.

Para o responsável do Folio Autores (um dos cinco capítulos em que se organiza o festival), a participação de escritores lusófonos no evento “pode torná-los mais conhecidos na Europa”, contribuindo para a tradução dos seus livros noutros continentes.

Para isso o Folio está a desenvolver parcerias com diversos países, o primeiro dos quais o Brasil, que este ano patrocinou, através de uma instituição privada, a vinda de oito escritores ao festival que decorre em Óbidos até ao dia 2 de outubro.

A iniciativa partiu do SESC – Serviço Social do Comércio, uma entidade privada financiada pelas empresas de comércio e serviços que pagam uma percentagem dos seus lucros para que aquele organismo possa desenvolver atividades sociais e culturais.

“Pensámos que o Folio seria uma boa forma de promoção no exterior e contactámos a organização para sermos parceiros e patrocinar a vinda dos nossos autores”, explicou Flávia Tebaldi, assessora do SESC para a área da literatura.

Com um orçamento “superior ao do Ministério da Cultura [do Brasil]” e 350 núcleos espalhados por todos os estados do Brasil, o SESC atua na área social, da saúde e, em todas as áreas da cultura, promovendo, a par com a literatura [promovendo inclusive um prémio literário], as áreas da música e do teatro.

A parceria com o Brasil será em 2017 alargada ao Festival Literário de Araxá (Fliaraxá), na região de Minas Gerais, cuja organização contactou José Pinho (Curador do FólioMais) para “promover um intercâmbio entre os dois festivais”.

Na prática a parceria resulta este ano na vinda de outros três escritores brasileiros que chegarão ao Folio a partir de hoje, aumentando para 11 os autores daquele país.

Em 2017 o leque de escritores participantes vai alargar-se ao Canadá, na sequência de um contacto do Festival Internacional de Literatura de Montréal, na cidade do Quebeque, para a oficialização de uma parceria.

À agência Lusa José Pinho adiantou que está também “em fase preparatória” o estabelecimento de parcerias com os Estados Unidos da América.

Organizado em cinco capítulos: Folia, Folio Autores, Folio Educa, Folio Ilustra e Folio Mais, o Folio conta com cerca de 250 eventos, entre mesas de autor com escritores de todo o mundo, exposições aulas, conversas, palestras, concertos, instalações, leituras, performances e remédios literários.

A cumprir a segunda edição o festival celebra os 500 anos da ‘Utopia’ de Thomas More, o Ano Internacional do Entendimento Global, o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch e os 400 da morte dos clássicos William Shakespeare e Miguel de Cervantes.

DYA // SO – Lusa/Fimfolio-2016

 

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